Prof. Diego Marconatto
Professor Titular do Mestrado e do Doutorado Profissional da FDC
Produtividade é a chave para o crescimento contínuo e rentável das empresas, embora muitas vezes seja esquecida em meio às modas gerenciais. As Empresas de Alto Crescimento (EACs) se destacam por sua alta produtividade em várias dimensões: colaboradores, ativos, finanças e gestão.
No que se refere aos colaboradores, empresas produtivas medem a eficiência do trabalho, tanto em indicadores financeiros (como EBITDA por real gasto com pessoal) quanto operacionais (como peças produzidas por hora trabalhada). Investem em treinamentos, desenham processos inteligentes e contratam com critério para garantir alinhamento estratégico.
Quanto aos ativos, as EACs adotam uma mentalidade de austeridade, focando em investimentos com alto retorno (ROI) e evitando gastos movidos por vaidade. A leveza operacional é prioridade.
Na dimensão tecnológica, a produtividade é impulsionada pela digitalização de processos. Mesmo assim, muitas médias empresas brasileiras ainda operam sem gestão baseada em dados, comprometendo sua competitividade frente a economias mais avançadas.
Em termos financeiros, o Ciclo de Conversão de Caixa (CCC) é fator crítico. Estudos mostram que CCCs longos reduzem a lucratividade. As EACs o gerenciam com intencionalidade, buscando girar estoques mais rapidamente e equilibrar prazos com clientes e fornecedores.
Por fim, a gestão é o elemento central. Pesquisas indicam que a qualidade da gestão impacta a produtividade tanto quanto o capital humano e as tecnologias. Uma gestão ineficaz compromete todos os demais esforços.
É preciso colocar a produtividade no centro da discussão empresarial, especialmente entre os donos de médias empresas.